Horizons

Cagada: dentre outros significados Brasil afora, quer dizer um lance de muita sorte cometido por alguém.

Prince of Persia é um dos jogos mais marcantes que já joguei, e é certamente um dos que mais dediquei horas na vida (em breve um post sobre ele). Certa vez estava folheando uma revista de jogos, que provavelmente era uma Ação Games, e vi um artigo sobre a continuação do primeiro jogo, chamado Prince of Persia 2: the Shadow and the Flame.

Fiquei muito fascinado na época pelas imagens coloridas da nova versão que vi na revista. Ao contrário do primeiro jogo, cujo ambiente consiste principalmente em lugares fechados, Prince of Persia 2 começa com o príncipe fugindo do castelo onde mora por causa de uma maracutaia armada pelo vilão da série, Jaffar. Ele fez com que todos (incluindo o Sultão e sua filha, que o príncipe salvou no primeiro jogo) pensassem que ele fosse um impostor. Esse enredo foi a justificativa perfeita para o jogador controlar o príncipe em vários cenários externos interessantes, e as imagens do jogo no artigo me hipnotizaram imediatamente.

Início
Início do jogo: o príncipe pula pela janela para escapar do maldito Jaffar.

Anos se passariam até que eu finalmente tivesse um computador disponível para jogar esse jogo. Assim que ganhei um dos meus pais, em 2001, tratei logo de baixá-lo e instalá-lo. E confirmei minhas impressões iniciais: o jogo é uma maravilha. Me apaixonava cada vez mais conforme progredia; cada fase apresentava um cenário mais estonteante que outro, e a dificuldade crescia proporcionalmente ao fascínio. Para quem não jogou essa pérola, vale conferir mesmo nos dias de hoje.

Cabeça flutuante
Ah, essas malditas cabeças flutuantes... Já torraram muito meu juízo!

ATENÇÃO: SPOILERS

Daqui pra frente vou escrever sobre coisas do jogo que podem estragar sua experiência caso você não o tenha jogado ainda e queira jogá-lo.

Eis que lá na frente travei no jogo. Cheguei numa fase que não conseguia passar nem descobrir o que eu precisava fazer para avançar. Lembro que eu andava e andava até chegar num lugar que tinha um espadachim, um penhasco e uma estátua de um falcão do outro lado com uma chama azul. Matava o espadachim, tentava pular o penhasco e tocar na chama… Nada funcionou.

Chama
Esse lugar se revelou crucial para passar da fase, no fim das contas.

Vários dias depois houve uma vez que o espadachim me matou assim que cheguei na beira do penhasco. Fiquei observando o príncipe morto no chão e a mensagem “PRESS KEY TO CONTINUE”. Botei as mãos atrás da cabeça e me reclinei na cadeira em um suspiro intenso de frustração por vários segundos, até que…

Sombra indo
... uma sombra se levantou do corpo, pulou o penhasco...
Sombra voltando
... incorporou a chama, pulou de volta e ressuscitou o príncipe!

Eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava vendo. Eu jamais conseguiria descobrir sozinho que seria preciso MORRER e ESPERAR para progredir. Não consigo me lembrar de outra cagada (vide definição no início do post) que dei tão grande como essa jogando videogame. Foi um lance de muita sorte!

Muito tempo depois, refletindo sobre esse episódio, eu entendi por que esse jogo se chama “The Shadow and the Flame” :)

E você? Tem algum episódio envolvendo jogos e sorte pra compartilhar?

3 comentários.

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