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Hoje é meu aniversário!
Publicado por Tarso em 02/09/2024
Hoje completo 43 anos.
Uma das razões pelas quais eu escrevo é que eu gosto de deixar minhas memórias registradas em algum lugar, para que um dia eu possa relê-las e revivê-las. E quem sabe, fazer alguém que também se interesse por elas se divertir. Pois hoje decidi escrever pra compartilhar e registrar mais memórias, dessa vez relacionadas a meus aniversários passados.
Esses dias eu tava tentando lembrar dos presentes que eu menos gostei e mais gostei de ganhar quando era criança/adolescente. O que eu menos gostei quando era criança com certeza foi roupa, mas foi algo que eu aprendi a apreciar na adolescência. Sobre o que eu mais gostei… Eu tive a sorte de ganhar muita coisa legal. Tem brinquedos que ganhei que ainda lembro até hoje de como eu me diverti com eles. Mas eu posso dizer com toda certeza que o presente que mais gostei de ganhar enquanto criança e adolescente foi: dinheiro.
Como toda criança, eu tinha meus desejos. E eu vivi muitos aniversários com a expectativa de satisfazer pelo menos alguns desses desejos. Meu pai e minha mãe me ajudaram muito nisso claro, porque eles estavam comigo o tempo todo e sabiam mais ou menos aquilo que eu gostaria de ganhar. Mas essa tarefa poderia ser um pouco mais complicada para aqueles que não conviviam comigo todo dia.
Então talvez por isso, ou talvez pra se livrarem do esforço de pensar no que eu poderia querer, quando eu atingi uma certa idade alguns parentes meus acabaram me dando dinheiro para que eu pudesse comprar eu mesmo aquilo que eu queria. E eu adorava isso.
E o que você comprou tanto com o dinheiro que ganhou?
Na infância eu tive poucos videogames em casa, então eu frequentei muitas locadoras. Aquelas que você pagava por hora pra jogar. E até a geração do Mega Drive/SNES era bem tranquilo chegar até o fim dos jogos jogando dessa forma tão esporádica, porque os jogos ofereciam recursos para que seu progresso fosse persistido entre sessões. Passwords, baterias internas dos cartuchos, etc.
Mas a partir da geração do Playstation, que foi um dos consoles que mais joguei em locadoras, isso passou a ser um problema. Porque os jogos evoluíram de tal forma que gerar uma sequência de caracteres a partir de seu estado ficou cada vez mais complexo. Por isso, cada vez menos jogos ofereciam o recurso de passwords. E o CD-ROM era uma mídia somente de leitura, então se tornou inviável escrever o estado do jogo na mídia em que ele era armazenado, como era possível fazer com os cartuchos.
Mas um dos jogos do PS1 que ainda ofereciam passwords eram os jogos da série Doom. Doom foi um dos meus principais vícios da década de 90. Eu não tinha computador na época, então eu só tinha acesso às versões que eu achava em locadoras. O primeiro Doom que eu consegui jogar regularmente foi a versão de PS1 de Final Doom.
Eu seguia aquele esquema: jogava na locadora até meu tempo acabar, anotava a password no meu caderno e ia pra casa. Quando jogava de novo podia continuar de onde tinha parado. Teve um aniversário que eu passei que eu tava no auge do vício em Final Doom, e aí uma das minhas tias me deu 50 reais de presente. Adivinhe como eu usei esses 50 reais? Torrei quase tudo jogando Final Doom nas locadoras. Não usei tudo porque teve um dia que eu resolvi comprar dois pacotes de biscoito recheado, que na época custavam 50 centavos cada.
Um belo dia um amigo meu começou a jogar Tomb Raider 1 nas locadoras e notei que ele sempre levava consigo um cartuchinho fininho que ele encaixava no PS1 pra salvar o progresso. Esse cartuchinho era o Memory Card. Passei a querer um também, e naquele mesmo ano quando chegou meu aniversário uma outra tia minha me deu 50 reais também. Fui numa loja e vi que o Memory Card do PS1 custava 30 reais, então comprei um e obviamente gastei os 20 reais restantes jogando nas locadoras. Se não me engano, o primeiro jogo que eu zerei depois que comprei o Memory Card foi Resident Evil 1, porque finalmente eu podia jogar sem ameaçar o progresso.
Como falei antes, tive poucos videogames na infância, embora eu tenha tido mais do que muita gente. Um deles foi o Master System. Meu pai tinha comprado esse console pra ver se eu parava mais em casa, já que eu estava sempre na rua jogando bola ou frequentando locadoras. Até que funcionou um pouco, porque passei muitos momentos felizes no quarto jogando Master System.
Em outro aniversário meu, meu avô paterno me deu 50 reais. Lembro que fui nas lojas Americanas na época decidido a comprar um jogo de Master System pra jogar em casa. Olhando os títulos expostos, vi que estava à venda o jogo Road Rash, e eu não fazia ideia que sequer uma versão desse jogo existia pro Master System. Road Rash era um dos jogos que eu adorava jogar nas locadoras, e quando vi que teria a possibilidade de jogar em casa eu nem pestanejei. Já peguei logo o jogo e fui no caixa.
Claro que assumi o risco de pegar uma versão capenga do jogo, já que o Master System já não era um console tão robusto assim comparado com seus contemporâneos. Mas fiquei surpreso quando joguei e percebi que essa versão era sim muito competente e divertida. Foi um dinheiro muito bem gasto, e me rendeu incontáveis horas de diversão (e raiva) na escuridão do meu quarto.
Se você leu até aqui…
… obrigado, e espero que tenha se divertido. Deixo em troca a recomendação para você considerar presentear as crianças com dinheiro, caso a criança já tenha uma certa idade e você não saiba bem o que ela queira ganhar. Obviamente que isso deve ser acertado com o pai ou a mãe da criança antes.
No mais, feliz aniversário pra mim :)
2 comentários.
Bonifacio2
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Tarso
1725286558089